quarta-feira, 14 de junho de 2017

Discussão sobre os textos de Maltempi e Kenski

Em algumas das aulas de TIC a professora discutiu com a sala sobre dois textos: NOVAS TECNOLOGIAS E CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTO: REFLEXÕES E PERSPECTIVAS do autor Marcus Maltempi e TECNOLOGIAS TAMBÉM SERVEM PARA FAZER EDUCAÇÃO da autora Vani Kenski.
O texto do Maltempi aborda as tecnologias da informação e comunicação na educação, considerando uma abordagem de construção de conhecimento. Ele faz alguns apontamentos e reflexões sobre o Construcionismo.
Construcionismo é uma teoria educacional (ou de aprendizagem) desenvolvida pelo matemático Seymour Papert, que se baseia, principalmente, na teoria epistemológica desenvolvida por Jean Piaget, que afirma que as pessoas constroem conhecimento na medida em que agem sobre o objeto de conhecimento (uma coisa, uma idéia ou uma pessoa) e sofrem uma ação deste objeto. [...] O Construcionismo postula que o aprendizado ocorre especialmente quando o aprendiz está engajado em construir um produto de significado pessoal (por exemplo, um poema, uma maquete ou um website), que possa ser mostrado a outras pessoas. Portanto, ao conceito de que se aprende melhor fazendo, o Construcionismo acrescenta: aprende-se melhor ainda quando se gosta, pensa e conversa sobre o que se faz. [...] Papert deu início na década de 60 ao desenvolvimento da linguagem Logo de programação, a qual possibilita ao aprendiz usar a Matemática como um material para criar figuras, animações, jogos e simulações no computador, entre outras coisas. O computador torna-se, então, uma ferramenta viabilizadora de ambientes de aprendizagem, no qual as ideias construcionistas podem ser amplamente exploradas. (MALTEMPI, 2005)
Sobre esse texto eu particularmente até gostei da forma como tratou o Construcionismo, principalmente no sentido que tem para o educando construir um produto que tenha significado, e até concordo que o conhecimento não se transmite, se constrói. Porém nas minhas experiências e breve estudo que tivemos no curso de pedagogia, não me agrada essa metodologia construtivista, pois a meu ver, primeiro o professor fica muito “de lado”, aparentemente não tem um papel tão importante, como se ele tivesse o papel apenas de “organizar as interações do aprendiz com o meio e problematizar as situações de modo a propiciar a construção de conhecimento”, para mim o professor é o mediador do conhecimento, claro que ele precisa problematiza-lo, mas ele também precisa ser o meio para o aluno acessar esse conhecimento, que talvez não seria tão bem entendido se não tivesse o professor mediando o conhecimento. Segundo que na nossa realidade brasileira, pensar em uma educação com abordagem construtivista não é muito viável, pois essa abordagem implica que os alunos tenham toda uma bagagem cultural e visão de mundo muito ampla, e sabemos que as pessoas que mais têm esse capital cultural, são aquelas que também têm o maior poder aquisitivo, que no caso é uma minoria da população.
Quanto ao texto de Kenski, a autora procura estabelecer a relação entre educação e tecnologias, focando a socialização da inovação, ressaltando que “a presença de uma determinada tecnologia pode induzir profundas mudanças na maneira de organizar o ensino” (KENSKI, 2012). Kenski afirma que, mais importante do que as tecnologias e os procedimentos pedagógicos mais modernos, é a capacidade de adequação do processo educacional aos objetivos que levam as pessoas ao desafio de aprender. A autora também enfatiza a necessidade de manutenção e segurança por parte das instituições de ensino, a fim de se evitar um colapso em suas atividades online. Além disso, faz críticas quanto ao uso inadequado da tecnologia no âmbito educacional, utilizando exemplos de projetos de ensino pouco eficazes, de profissionais despreparados para o uso pedagógico das tecnologias, de projetos de educação e de cursos a distância em bases digitais que não levam em conta as especificidades educacionais e comunicativas, não atendendo às necessidades de aprendizagem dos alunos.
Esse texto traz questões que até já discutimos nas apresentações dos seminários, por exemplo, pois em várias apresentações foi citado que as tecnologias são um ótimo auxilio para o professor, e que se bem utilizado é um ótimo instrumento que estimula e contribui para a aprendizagem dos alunos, porém mais do que ter suporte material (ter computadores, acesso a internet, etc.), é preciso que os professores sejam capacitados  para utilizar as mídias e a tecnologia em sala. Mas na realidade do sistema educacional brasileiro, poucas escolas tem acesso as TICs, e quando tem, há sempre um receio que o aluno vá danificá-los, ou o professor não tem preparo, e opta por não utilizar, ou quando tentam utilizar, os alunos muitas vezes ficam dispersos, ou o professor não utiliza esse tipo de instrumento de forma adequada, seja tentando substituir suas aulas por um conteúdo que ele deveria estar dando, e utiliza essa tecnologia para ensinar, sem ele próprio ter apropriado o conhecimento, não sabendo explicar para o aluno, pois as TICs não são substitutos para os professores em sala, elas são um complemento, que o professor pode utilizar para melhorá-las.

REFERÊNCIAS

KENSKI, V. M. Educação e tecnologias: o novo ritmo da informação. Campinas: Editora Papirus, 2012. 141p.


MALTEMPI, M. V. Novas tecnologias e construção do conhecimento: reflexões e perspectivas. In: Congresso Ibero-Americano de educação matemática. 2005

2 comentários:

  1. Crislian,

    Seu blog de fato está muito bom. Suas reflexões sobre as atividades ajudam a ampliar as compreensões sobre as TICs em Educação. A sua narrativa sobre os textos de Maltempi e de Kenski traz suas reflexões e opiniões sobre os argumentos dos autores, o que propicia a aprendizagem docente.
    Aproveito este final de semestre para agradecer a você pela participação nas aulas, pelas contribuições com a disciplina. Aprendi muito com você e suas colegas de classe. Desejo que suas férias sejam ótimas.
    Att.
    Profa. Alessandra

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    1. Obrigada professora, pelas ótimas aulas e pela paciência conosco.

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